O conflito darwinismo/criacionismo é um equívoco. O princípio de seleção natural é vazio: sobrevive o mais adaptado, o mais adaptado é o que sobrevive. A ideia de criação é cega: não permite qualquer compreensão de uma passagem do nada ao ser. As duas convicções suportam-se mutuamente cada qual com a sua vantagem. A primeira abre um campo unificado geneologicamente, projetando a Biologia enquanto uma ciência. A segunda faz notar que a redução do complexo ao simples não oferece a mínima compreensão da vida, mas somente um recuo da explicação prometida: este é vivo, porque aquele foi vivo. Uma convicção não é verdadeira nem falsa. Não requer uma argumentação ou uma prova. O seu poder de convicção advém-lhe do seu adversário, ambos esquecendo os constrangimentos lógicos e os limites da imaginação.