"Há livros que têm que ser escritos. Este vem saldar uma dívida (dávida) de amor - para com os pais e irmãos do Autor, para com os que serviram a família e sobretudo para com a ilha do Fogo. Não é irrelevante ser-se concebido, nascer-se e crescer-se num vulcão. Ainda que tendo "chegado ao mundo com pressa e a correr" e saído do Fogo ainda muito jovem, Raul Barbosa não deixou a sua ilha. Na cartografia da existência, a localização mede-se por coordenadas afectivas, e estas têm como referência São Filipe e Brandão.
Diz-se no livro que alguém sabia "dar gosto às palavras"; pois o Autor dá-lhes gosto, mas também cor, som, odor e movimento. O texto é muito "cénico", ou não tivesse saído da pena de um homem do cinema e não fosse o Fogo uma ilha de encantar.
Filho do sedutor-mor da ilha (posto em que todos os antepassados capitães-mores não lograram ser providos), Raul Barbosa administrou bem a sua herança e deixa-nos rendidos às suas memórias."
Maria de Lurdes Caldas

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