Recuemos a 1970, um ano especialmente importante para o futuro de Portugal e de Angola. Por cá fervilhava a oposição à ditadura imposta por Salazar, entretanto enfermo e substituído na presidência do Conselho de Ministros por Marcelo Caetano, que denotava (aparentes, veio-se a verificar) intenções de liberalizar o regime; na então província ultramarina de África, notava-se um forte crescimento do desejo de independência. É neste quadro político que no meio da savana (chana) angolana, um militar português, debaixo da tremenda pressão da guerra, longe da sua terra, da sua família e dos seus amigos, se envolve com uma guerrilheira das Forças Populares de Libertação de Angola - MPLA.
Partindo de factos reais, Francisco do Ó Pacheco ficcionou este romance que nos retrata uma época fundamental do nosso país, com uma bem assumida e transparente posição política face aos momentos vividos, no que acaba por se poder considerar também como um fiel retrato social da época.