Um livro de contos trazidos pelo olhar de Afonso, uma criança de 10 anos que passou uma boa parte da infância na aldeia. Uma aldeia erguida em pleno Parque Natural de Montesinho, nas proximidades de Vinhais, que, tal como todas as aldeias transmontanas, foi severamente fustigada pelo flagelo da desertificação social.
Além de ser um relato identitário de um modo de vida que caracteriza o nordeste, aqui se ressuscitam personagens anónimas, com vivências únicas, a partir das quais somos levados a conhecer em profundidade uma cultura e modo de ser tão particular daquelas paragens.
Esta obra é dedicada a todas aquelas pessoas amáveis e doces, para que se saiba que ali viveu gente forte, valente, que lutou e venceu as agruras do tempo para criar os seus filhos. Heróis que o autor conheceu e não quer deixar esquecidos, porque no seu espírito está a força do futuro.
Ler este livro é como estar sentado a olhar a paisagem. É seguir pela mão do escritor essas memórias traduzidas em palavras, como se estivéssemos a deitar a mão ao único tesouro que existe e que pode estabelecer a ligação à vida que ali pulsou e que agora já ninguém vê. Uma coisa é certa: quem não o ler perder-se-á mais depressa no tempo.